Hong Kong / Hangzhou — As ações do Alibaba avançaram mais de 6% na Bolsa de Hong Kong e 9% no pré-mercado dos Estados Unidos após o presidente-executivo Eddie Wu detalhar, na Cloud Technology Conference, a ampliação da estratégia de inteligência artificial do grupo.
Wu confirmou a continuidade do programa de 380 bilhões de yuans (US$ 53 bilhões) previsto para três anos, voltado ao desenvolvimento de infraestrutura e modelos de IA. Segundo o executivo, o montante pode crescer à medida que a companhia se ajusta a “mudanças de longo prazo em computação e automação”.
Modelo Qwen3-Max ultrapassa 1 trilhão de parâmetros
No evento, a empresa apresentou o Qwen3-Max, modelo de linguagem com mais de 1 trilhão de parâmetros. A solução reforça o posicionamento da Alibaba Cloud como fornecedora de IA “full stack”, que combina capacidade computacional e modelos prontos para uso corporativo, inclusive em previsão de demanda, gestão de interrupções e coordenação de pedidos em redes globais de suprimentos.
Expansão de data centers
A Alibaba Cloud abrirá novos data centers ainda este ano no Brasil, França e Países Baixos. Para 2026, estão previstas unidades no México, Japão, Coreia do Sul, Malásia e Dubai. A distribuição geográfica busca reduzir latência em serviços de IA usados em roteirização, documentação alfandegária e rastreamento de remessas.
Parceria doméstica em semicondutores
No mercado interno, o grupo firmou acordo com a operadora Unicom para fornecer aceleradores de IA produzidos por sua divisão de semicondutores, iniciativa que acompanha o objetivo da China de diminuir a dependência de chips estrangeiros.

Imagem: logisticsviewpoints.com
Panorama de investimentos
Eddie Wu estimou que os aportes globais em IA podem superar US$ 4 trilhões nos próximos cinco anos. Nesse cenário, o compromisso de US$ 53 bilhões do Alibaba é visto como movimento para manter competitividade frente a outras grandes plataformas de tecnologia, comércio eletrônico e logística.
Com o anúncio, a companhia registrou um dos maiores ganhos de capitalização de mercado dos últimos anos, reforçando a mensagem de que a inteligência artificial está migrando para a camada de infraestrutura que sustenta operações de comércio e cadeias de suprimentos.
Com informações de Logistics Viewpoints