Com o pico de vendas online gerado pela pandemia já superado, varejistas do Reino Unido enfrentam um cenário mais competitivo enquanto lidam com pressões na cadeia de suprimentos. Embora a participação do comércio eletrônico tenha recuado dos 32,5% registrados em 2020 para 26,5% em 2022, o setor ainda deve movimentar cerca de £125,3 bilhões até o fim de 2025.
Empresas que dependem de importações asiáticas sentem o impacto de tarifas em mudança e de tensões geopolíticas, ao mesmo tempo em que lutam para oferecer serviços de entrega à altura das expectativas dos consumidores. Segundo Johannes Panzer, head de Marketing Global de E-commerce da Descartes, ainda há espaço para crescimento, sobretudo entre clientes mais jovens.
Geração Z impulsiona as compras online
Levantamento da Descartes realizado em 2025 com 8.000 consumidores da América do Norte e Europa mostrou que o grupo de 18 a 35 anos foi o principal responsável pela expansão do e-commerce no último ano:
- 43% aumentaram seus gastos online;
- quase metade faz compras pela internet ao menos a cada duas semanas.
Apesar do alto potencial de valor a longo prazo, esse público exige níveis elevados de serviço. Custo de entrega, opções de local seguro para recebimento, rastreamento em tempo real e soluções sustentáveis figuram entre as maiores prioridades. Quatro em cada dez compradores nessa faixa etária preferem uma alternativa de entrega ambientalmente responsável, ante 23% dos consumidores acima de 65 anos.
Nível de satisfação é baixo
A pesquisa revela lacunas importantes na operação logística:
Imagem: logisticsbusiness.com
- apenas 11% dos clientes de 18 a 35 anos declaram estar sempre satisfeitos com as entregas;
- 79% enfrentaram algum problema de entrega nos três meses analisados, índice superior ao das faixas etárias mais velhas;
- 21% deixaram de comprar em determinado varejista após uma experiência negativa e muitos registraram reclamações nas redes sociais.
Confiabilidade e transparência no foco
Para preservar receita e fidelidade, varejistas precisam investir em confiabilidade na última milha, ampliar opções de retirada e entrega flexível e melhorar a comunicação com o consumidor. O estudo indica que a Geração Z aceita trocar rapidez por menor custo, janelas de horário mais precisas ou serviços com menor impacto ambiental, desde que haja clareza e escolha.
Na avaliação de Panzer, ampliar o uso de tecnologia e a flexibilidade de transportadoras será decisivo para conquistar e reter esse público à medida que o ritmo de crescimento do comércio eletrônico se normaliza.
Com informações de Logistics Business