As importações norte-americanas de contêineres permaneceram em nível elevado em agosto de 2025, totalizando 2.519.722 TEUs. O volume foi o segundo maior do ano, ficando apenas 3,9% (102.188 TEUs) abaixo de julho e próximo do recorde de maio de 2022.
No acumulado de janeiro a agosto, as entradas de carga em contêineres avançam 3,3% em relação ao mesmo período de 2024, sinalizando demanda resiliente mesmo diante de incertezas comerciais e geopolíticas.
Impacto das tarifas e mudanças regulatórias
- A trégua tarifária EUA-China foi prorrogada e mantém teto de 30% até meados de novembro.
- Em 7 de agosto, tarifas recíprocas passaram a atingir mais de 60 países.
- Várias medidas estão sob contestação judicial e caminham para a Suprema Corte.
- Em 29 de agosto, foi revogada a isenção de minimis para remessas de baixo valor, eliminando a entrada sem imposto.
China reduz participação
Os embarques originados na China caíram para 869.523 TEUs, recuos de 5,8% frente a julho e 10,8% na comparação anual. A participação chinesa passou de 35,2% para 34,5% do total importado pelos EUA.
Diversos segmentos registraram quedas expressivas em relação a agosto de 2024:
- Alumínio e derivados: −43,9%
- Vestuário (HS-61 e HS-62): mais de −20%
- Calçados (HS-64): mais de −20%
- Móveis e colchões (HS-94): −14,3%
- Brinquedos e artigos esportivos (HS-95): −17,4%
- Máquinas elétricas (HS-85): −14,1%
- Veículos (HS-87): −13,4%
- Artigos de ferro ou aço (HS-73): −18,2%
Em sentido contrário, plásticos (HS-39) avançaram quase 10% e já respondem por mais de 13% dos TEUs vindos da China.
Desempenho por país de origem
Considerando os dez principais países fornecedores, o volume caiu 4,4% em agosto ante julho, puxado por China, Coreia do Sul (−11,8%), Japão (−14,5%) e Taiwan (−12,9%). Houve alta apenas para Indonésia (+5,3%) e Índia (+1,7%).

Imagem: logisticsviewpoints.com
Na comparação anual, porém, o grupo cresceu 0,7%, graças a aumentos expressivos de Vietnã (+25,2%), Índia (+34,0%), Tailândia (+35,6%) e Indonésia (+45,6%).
Trânsito portuário
Mesmo com dois meses seguidos de volumes elevados, os atrasos médios nos principais portos subiram de forma moderada. Em agosto, Norfolk apresentou acréscimo de 1,1 dia; Long Beach, 1,0 dia; Seattle, 0,3 dia; e Charleston, 0,2 dia. Já Los Angeles reduziu atrasos para 3,0 dias, enquanto Nova York/Nova Jersey caiu para 6,0 dias.
Apesar dos desafios impostos pelas novas tarifas, pela crise no Mar Vermelho e pela fiscalização mais rígida de transbordos ligados à China, as cadeias de suprimentos seguem operando sem grandes interrupções.
Com informações de Logistics Viewpoints