Em entrevista concedida em junho, durante a feira TOC Europe, em Roterdã, o presidente da Port Equipment Manufacturers Association (PEMA), Achim Dries, destacou que a indústria de equipamentos para portos atravessa uma fase de rápida transformação, impulsionada por sustentabilidade, digitalização e automação.
Rede global com mais de 120 associados
Segundo Dries, a PEMA reúne mais de 120 empresas — de fabricantes de guindastes a desenvolvedores de software — e funciona como plataforma de diálogo, troca de conhecimento técnico e alinhamento estratégico em toda a cadeia logística. Entre as iniciativas estão grupos de trabalho, comitês técnicos, o Student Challenge e reuniões semestrais dos membros.
Sustentabilidade no topo da agenda
Diante da pressão regulatória e social por descarbonização, os associados vêm investindo em:
- Eletrificação de equipamentos;
- Recuperação de energia de frenagem;
- Gestão inteligente de picos de consumo.
De acordo com o executivo, sistemas automatizados contribuem para reduzir tempos ociosos e movimentos desnecessários, o que diminui consumo de combustível e emissões.
Digitalização e padronização de dados
Dries ressalta que decisões baseadas em dados, operação remota e manutenção apoiada por inteligência artificial já são exigências do mercado. A PEMA participa ativamente do TIC 4.0, iniciativa que busca padronizar informações nas operações de terminais, garantindo viabilidade técnica e comercial das futuras normas.
Automação frente à escassez de mão de obra
A falta de trabalhadores qualificados tem acelerado o desenvolvimento de máquinas mais seguras, ergonômicas e passíveis de comando remoto. Interfaces intuitivas também vêm sendo adotadas para facilitar a operação.

Imagem: logisticsbusiness.com
Resiliência e segurança operacional
Para Dries, as recentes disrupções globais evidenciaram a necessidade de sistemas portuários flexíveis e preparados para riscos climáticos. No âmbito da segurança, ele aponta que colisões entre veículos e pessoas, incidentes na movimentação de cargas e quedas durante manutenção são os acidentes mais comuns. O Comitê de Segurança e Meio Ambiente da PEMA publica recomendações técnicas e estimula soluções como sensores de anticolisão e controles automatizados.
Diesel ainda presente, mas em transição
Embora reconheça que o futuro do diesel é limitado, Dries vê uma fase de transição com uso de combustíveis HVO, kits de retrofit e configurações híbridas para reduzir emissões sem paralisar operações.
No encerramento da conversa, o presidente afirmou que a imagem de portos como ambientes conservadores ficou no passado. “A forma como os terminais gerenciam energia, dados e operações definirá as cadeias de suprimento nas próximas décadas”, concluiu.
Com informações de Logistics Business