O aumento de aproximadamente 12% nos custos globais de frete em 2025, impulsionado por atrasos marítimos, congestionamento portuário e tensões geopolíticas, pressiona diretamente o abastecimento de materiais essenciais para fiação, como cobre e cabos pré-fabricados. Diante desse cenário, a resiliência da cadeia de suprimentos tornou-se decisiva para a continuidade de projetos, alerta Jeff Wood, diretor de vendas da WireMasters, especialista no setor.
Segundo Wood, a solidez da cadeia não depende de um único fator, mas de um conjunto de ações que começa com visibilidade e se estende à previsão de vulnerabilidades antes que elas se convertam em faltas de produtos. Distribuidores, posicionados entre fabricantes globais, operadores logísticos e clientes finais, precisam ir além do simples fornecimento: devem antecipar onde surgirá o próximo ponto de atrito.
Estoque estratégico e flexível
Modelos de inventário just-in-time costumam falhar no setor de fiação, que enfrenta longos prazos de produção, rígidas exigências de conformidade e baixa possibilidade de substituição de componentes. Para Wood, manter estoques estratégicos é alternativa mais segura, desde que baseado em risco — priorizando itens de ciclo longo, poucos fornecedores aprovados ou requisitos de certificação específicos.
Ferramentas digitais de inventário identificam sinais de alerta, como aumento de pedidos, prolongamento de prazos ou instabilidade regional, permitindo ajustes rápidos. Em paralelo, acordos de fornecimento de longo prazo ou reserva antecipada de produção ajudam a alinhar planejamento de estoque às restrições de fábrica.
Sustentabilidade como requisito operacional
Com legislações mais rígidas na União Europeia e na América do Norte, demonstrar origem responsável de materiais — sobretudo cobre, fluoropolímeros e ligas especiais — passou de preocupação reputacional a exigência de negócio. Empresas incapazes de comprovar boas práticas ambientais e trabalhistas tendem a ser substituídas por fornecedores com relatórios ESG sólidos, cadeias de energia mais resilientes e iniciativas de economia circular.
Imagem: logisticsbusiness.com
Parcerias para enfrentar rupturas
Wood destaca que nenhuma cadeia é puramente técnica; a eficácia na resposta a restrições de exportação, atrasos de certificação ou quebra de produção depende de relações baseadas em transparência e confiança mútua. Distribuidores que mantêm contato estreito com fabricantes e usuários finais conseguem priorizar alocação de produtos e resolver problemas antes que atinjam estágio crítico.
Com sistemas de fiação cada vez mais presentes em infraestrutura crítica e aplicações de alto desempenho, a pressão sobre o fornecimento deve crescer. Adoção de estoques direcionados, alinhamento sustentável na escolha de fornecedores e investimento em parcerias estratégicas surgem como caminhos para mitigar riscos e garantir entregas dentro dos prazos e padrões exigidos.
Com informações de Logistics Business
