A viagem de Donald Trump pela Ásia, nesta semana de outubro de 2025, resultou em compromissos que podem reorganizar o fluxo global de terras raras, minerais essenciais para setores de defesa, veículos elétricos e energia renovável.
Entenda os principais pontos
- Quem: Donald Trump, autoridades de Japão, Malásia, Tailândia, Índia e o presidente chinês Xi Jinping.
- O que: assinatura de um pacote de acordos para garantir fornecimento imediato e criar rotas alternativas de processamento e transporte de terras raras.
- Quando: semana de 27 de outubro de 2025.
- Onde: Tóquio, Kuala Lumpur, Bangcoc e reuniões paralelas com a China.
- Por quê: reduzir a dependência de cadeias dominadas pela China, que controla mais de 70% da produção global e 85% da capacidade de refino.
Framework EUA–China garante exportações mínimas
Em Tóquio, negociadores dos dois países definiram um sistema provisório de cotas de exportação, instalado para evitar novos cortes no fornecimento norte-americano. O acordo estabelece ainda um Conselho Conjunto de Supervisão Logística para acompanhar fluxos portuários, atrasos alfandegários e gargalos de contêineres.
Malásia e Tailândia viram polos de processamento
No mesmo roteiro, Trump firmou com o primeiro-ministro Anwar Ibrahim um pacto que expande a capacidade de refino no Porto de Kuantan, na Malásia. Empresas dos Estados Unidos participarão da construção de unidades ambientalmente regulamentadas para tratar minérios oriundos da África e da Austrália.
Em Bangcoc, um acordo complementar prevê modernização logística no Porto de Laem Chabang, com novas linhas ferroviárias intermodais e corredores alfandegários digitalizados, criando um “corredor do Sudeste Asiático” que liga portos tailandeses a refinarias malaias antes do embarque rumo aos Estados Unidos.
Índia acelera exploração para integrar corredor Indo-Pacífico
O governo indiano, informado dos movimentos, adiantou a prospecção de depósitos em Tamil Nadu e Odisha e negocia parcerias com Washington para remessas diretas pelo Mar de Andamão até a Malásia, posicionando o país como fonte, processador e elo de transbordo.
Imagem: logisticsviewpoints.com
Novo desenho logístico passa por sustentabilidade
- Sistemas de água em circuito fechado nas refinarias.
- Blockchain para rastrear o percurso “da mina ao ímã”.
- Eletrificação portuária para cortar emissões durante transbordo.
Impacto imediato e desafios
A estabilização temporária das exportações chinesas evita atrasos na produção de motores de veículos elétricos e componentes militares. Especialistas, porém, estimam de três a cinco anos para que as plantas do Sudeste Asiático atinjam escala comercial, exigindo dos gestores de cadeia dualidade de rotas e uso de plataformas preditivas de frete.
Com informações de Logistics Viewpoints